Toda e qualquer verdadeira arte necessita de um bom arsenal de artifícios, recursos, idiossincrasias e sinônimos para crescer em popularidade altiva e na vanglória adequada – e a Adivinhação segue esse padrão à risca. Muito embora a arte divinatória seja responsável por abarcar cento e vinte e duas prescrições divinatórias, seus domínios não acabam por aí; estendem-se até um pouco depois de seus próprios limites. Com isso, diversos clarividentes e pesquisadores foram abonadores de algumas descobertas quanto à Adivinhação, isto é, diversos materiais não existiam até o momento em que um perspicaz decidiu inventá-lo.
Uma vez que seria insensata uma longínqua citação de todos os espécimes do gênero mencionado, já que há inúmeros deles e muitos são inúteis ou inviáveis, um cardápio que contém os vinte e dois principais subterfúgios acabou por ser disponibilizado, de modo que consultas são aceitáveis e até requeridas. Aqui, encontrar-se-ão herbáceas mágicas e também trouxas – ambas acham suas devidas lacunas na Adivinhação; também se poderão encontrar instrumentos contemporâneos e recém-criados por mentes ideológicas – tudo com o objetivo de informatizar, conscientizar e pontificar. A seguir, o repertório dessas ferramentas indispensáveis a um adivinho egrégio:
Ábaco
Antigo instrumento de cálculo, formado por uma moldura com bastões ou arames paralelos, dispostos no sentido vertical, correspondentes cada um a uma posição digital e nos quais estão os elementos de contagem que podem fazer-se deslizar livremente. Teve provável origem na Mesopotâmia, há mais de 5.00 anos. O ábaco pode ser considerado como uma extensão do ato natural – e daí vem sua utilização na Adivinhação, mais especificamente na arte dos números, na Aritmancia. Após consagrar o ábaco a ser utilizado com alguns ditos extremamente simples, o artefato deve ser colocado retilineamente sobre uma superfície plana, de modo que não haja interferências algumas; posteriormente, os números tratarão de trazer à tona a verdade sobre determinados assuntos, bem como informações de cálculo. A formação de uma dupla de ábaco e exímio clarividente pode ser um estrondo na Aritmancia – as chances do visualizar o futuro exatamente como ele ocorrerá são praticamente unânimes. Ainda assim, sendo o ábaco um instrumento ancestral, é aceitável que se apresente dificuldade quanto ao seu manuseio;
Alecrim
O alecrim, também conhecido como alecrim de cheiro, alecrineiro, alecrinzeiro e rosmaninho é uma erva fundamentalmente medicinal muito ramificada – seus arbustos são capazes de acatar os dois metros de altura facilmente, e ele desabrocha em flores azuis em sua época de floração. O alecrim possui propriedades digestivas e anti-inflamatórias e pode ser utilizado como remédio caseiro para tratamento de reumatismo. O alecrim, por ser capaz de fortalecer potentemente a memória, é muito utilizado em dias de Adivinhação. Nestes, soçobra toda a estrutura do alecrim até torna-lo uma pasta; em seguida, ao prosseguir com o processo, a geleia se tornará um líquido esverdeado, semelhante a um suco de limão. Assim que é ingerido, o alecrim penetra diretamente em suas vias cerebrais, aguçando os sentidos daquele que o ingeriu, bem como sua tenacidade. Apesar de possuir um grande leque de propriedades randômicas – fortificante, estimulante, anti-inflamatória, antiviral, antibacteriana, antirreumática, diurética, aromática e antioxidante –, só se usa as folhas e as flores do alecrim;
A Profecia
É extremamente semelhante às bolas de cristais utilizadas para a prática da Cristalomancia, ou até mesmo bastante parecida com qualquer outra orbe espelhada. Ainda assim, o seu diferencial é o seu tamanho, a sua densidade e a sua massa. É mais pequena do que uma bola de cristal convencional, menos densa e muito menos pesada – como se ela carregasse o vácuo, apenas. Em seu interior, velejam nuvens e fumaças completamente brancas – como ocorre em uma bola de cristal usual, mas de modo mais potente e altivo. A Profecia guarnece profecias – previsões usualmente catastróficas ou percursoras de maus pensamentos –, que é estritamente captada por aqueles cujo nome ela menciona. Essa pequenina esfera branca só pode ser destruída com essa mesma condição. Caso essa restrição não seja acompanhada à risca, nenhuma tentativa de estraçalhar a Profecia obterá êxito;
Artemísia
Planta vivaz, de até um metro de altura, talos eretos, ramificados, violáceos. Folhas polimorfas, verde escuras na parte superior e esbranquiçadas na inferior, pubescentes. Flores amarelentas, formando racimo piramidal, com folhas entre mescladas. Nativa de clima temperado da Europa, Ásia, norte da África e no Alasca e é naturalizada na América do Norte; planta comum que cresce em solos nitrogenados, como áreas de convivência e não cultivadas, tais como locais de resíduos e estradas. Na Adivinhação, a Artemísia é uma erva druídica sagrada. Seus poderes são mais fortes quando apanhados na lua cheia; acredita-se que ela dê sorte caso apanhada no solstício de verão, além de que esfregar a erva fresca em bolas de cristal e em espelhos mágicos aumenta a força dos mesmos. Posteriormente, por seu aroma confortante, a Artemísia é utilizada em seções espíritas de adivinhos. Suas folhas, quando queimadas, são um estímulo a uma zona neural que permite ao bruxo ter sensações incomuns. Além disso, a Artemísia pode ser convertida na forma de um chá, que é capaz de aumentar a concentração de quem o ingere;
Astrocouópio
Aparelhagem semelhante ao telescópio, é um tubo cilíndrico que possui ornamentos pretos ou brancos em sua volta, sendo da cor inversa a cada alteração. Se utilizado por bruxos unicamente clarividentes, mesmo sob luz solar, o Astrocouópio utilizado é capaz de revelar as constelações e astros mais próximos, para que a arte da Astromancia seja disseminada. Além de observar os padrões variáveis do cosmo, o Astrocouópio é capaz de desvendar o porquê de determinadas catástrofes naturais, como terremotos e enchentes, ocorrerem. Usualmente, aqueles que utilizam esse instrumento acreditam que, no universo, tudo está profundamente coligado, de modo que os fatos do firmamento tinham de refletir sobre os da Terra e sobre a vida das famílias bruxas. Seus protagonizares vasculham o céu em busca de presságios e de padrões recorrentes para então fazerem as devidas interpretações e previsões;
Carta de baralho
Sabe-se que as civilizações mais antigas da humanidade já utilizavam as cartas e seus equivalentes da época tanto como diversão lúdica quanto para vislumbrar o passado, o presente e o futuro. Mas poucos sabiam que o baralho comum, utilizado em jogatinas de mesa, presta-se também à prática divinatória, mais conhecida como Cartomancia. De todas as ciências antigas, uma das que mais obteve popularidade e crédito através dos tempos foi, sem dúvida, a arte de ler a sorte pelas cartas. Porém, infelizmente, essa arte foi muito marginalizada por pessoas despreparadas ou que não possuíam domínio sobre tal conhecimento. Na França, na Inglaterra e na Alemanha, durante o feudalismo, a Cartomancia era o modo mais rápido e seguro de se conhecer o destino, e muitos dos senhores feudais usavam-na até mesmo para antever o resultado de uma batalha. As cartas de baralho representam um papel crucial na Cartomancia, sendo ícones da contemporaneidade adivinha;
Dado cleromântico
A Cleromancia é a arte de adivinhar o futuro arremessando dados randomicamente. Esse método é de origem egípcia e nasceu por volta do ano 3.500 a.C. De acordo com uma lenda grega, o rei Melenau, de Esparta, utilizou essa técnica para começar a guerra contra Troia. Existem três grandes círculos usados para a Adivinhação. Estes são chamados de círculos da vida: o primeiro é o do amor, o segundo, do trabalho, e o terceiro, do dinheiro. Após se concentrar unicamente em um deles, devem-se lançar os dados, formulando uma pergunta. Como uma bússola, esse oráculo fornecerá uma resposta, como um contra-ataque ao par de dados que submergiu;
Espelho mágico
A palavra “espelho” deriva do latim “speculum” e deu nome a “especulação”, que, originalmente, significava observar as estrelas através de um espelho. Em um retrocesso ao medievalismo, no panteão indo-budista, o deus Yama, senhor do rei dos mortos, julga as almas através de um espelho – o do Karma, no caso –, pois não há como esconder nada do reflexo desse objeto. Segundo as lendas contadas nos livros druidas, as espelharias mágicas são símbolos lunares e femininos, símbolo da realeza, e representa a união conjugal – e o espelho repartido, a separação. Na Adivinhação, usa-se um espelho octogonal, porque, para esse povo, o número oito é sagrado. O uso do espelho para Adivinhação remota à Pérsia. Pitágoras, segundo a lenda, possuía um espelho mágico dado pelos druidas, que ele apresentava à face de uma determinada Lua, antes de ver nele o futuro, como faziam os druidas e as feiticeiras de Tessália. Em contrapartida, o uso de espelhos mágicos, na Adivinhação, é algo particularmente proibido ou mal visto, por possuir uma certa ligação com a Necromancia – método divinatório que remete-se à magia negra e ao ocultismo. Ainda assim, caso utilizado por um profissional extremamente experiente, um espelho mágico é capaz de revelar acontecimentos com magnificentes proficiência e precisão;
Giália
A Giália, ou Giália aorato-caomântica – preferivelmente, utiliza-se mais a nomenclatura única, por pura praticidade – é um instrumento esférico, que possui uma borda no acossamento da área de vidro, usualmente colorida. Conectada à borda, existe uma corrente de bismuto – crê-se que esse metal auxilia introspecções e escaneamentos divinatórios –, que torna a envolver a área superior da orelha; desta forma, coloca-se o vidro monocolor diretamente sobre um dos olhos. Ao fazê-lo, o nome “Giália aorato-caomântica” faz sentido, porque se é capaz de vislumbrar imagens invisíveis – por vezes oriundas da imaginação do observador – e, também, aéreas, como se frases houvessem sido escritas ali. Caso utilizada com cautela – não necessariamente por um bruxo demasiado experiente –, o consluente é capaz de desvendar acontecimentos básicos sobre o futuro, mas, em contrapartida, complexos quanto ao passado. A Giália aorato-caomântica foi confeccionada por uma bruxa adivinha e clarividente, Aaliyah Hebrew, responsável também por demais descobertas; em virtude disso e de demais particularidades, a GIália aorato-caomântica só se mostra completamente efetiva se utilizada por um clarividente. Caso contrário, a margem de erro das predições é ampliada;
I Ching ou Livro das Mutações
É um texto clássico chinês composto de várias camadas, sobrepostas ao longo do tempo. É um dos mais antigos e um dos únicos textos chineses que chegaram até os dias atuais. “Ching”, significando clássico, foi o nome dado por Confúcio a sua edição dos antigos livros. Antes, era chamado apenas de “I”: o ideograma I é traduzido de muitas formas, e no século XX ficou conhecido no ocidente como “mudança” ou “mutação”. O I Ching deve ser compreendido e estudado principalmente como um oráculo. Na própria China, é alvo do estudo diferenciado realizado por religiosos, eruditos e praticantes da filosofia de vida taoísta. As oito figuras que formam o I Ching estão na base da cultura que se desenvolveu na China durante milênios. Alguns veem o ideograma I como semelhante ao desenho de um camaleão, representando o movimento – como o lagarto – e a mutação – como o mimetismo camaleônico. Outros afirmam que o ideograma é formado pelo do Sol em cima e o da Lua embaixo, a mutação sendo simbolizada pelo movimento incessante destes astros no céu. A Adivinhação está interligada ao I Ching porque esse sistema remete-se à complexidade do universo e suas dependências, de modo que, a partir desse método, tentam desvendar as mutações futuras, para se precaverem;
Ifá
Ifá é um sistema de adivinhação baseado em dezesseis configurações básicas e duzentas e cinquenta e seis ou secundárias (Odú), obtidas por intermédio da manipulação de dezesseis castanhas de palmeira (ikin) ou pelo meneio de uma corrente de oito meias conchas (opelé). As dezesseis castanhas de palmeira são pegas pela mão direita, deixando apenas uma ou duas na esquerda; caso duas castanhas sobrem, um sinal único é feito na bandeja de divinação; se uma ficar, um duplo sinal será realizado. Repetindo esse procedimento quatro vezes, resultará uma das dezesseis configurações básicas; repetindo-o oito vezes, dá um par ou combinação das configurações básicas, isto é, uma das duzentas e cinquenta e seis configurações secundárias. Alternativamente, uma dessas derivadas pode ser obtida com um só lançamento da corrente divinatória, com cara ou coroa ao invés de par ou ímpar. Essa corrente é sustentada por seu meio, de tal modo que quatro meias conchas pendam para cada lado, em um só alinhamento. Cada meia concha pode cair cara ou coroa, isto é, pode cair com sua superfície côncava para cima, o que equivale a uma marca única, ou com essa superfície para baixo, o que corresponderá a duas marcas na bandeja. Essa jogatina, entretanto, não é muito popular – corre fracamente pelos ouvidos alheios. Ainda assim, caso praticada por um bruxo exímio, pode proporcionar resultados certeiros e irrefutáveis, embora apresente seu grau de dificuldade próprio;
Jogo de Búzios
Dentre a grande horda de religiões afro-brasileiras, o Jogo de Búzios é um exemplo iminente das práticas divinatórias. Essa jogatina consiste no arremesso de um conjunto de dezesseis búzios sobre um mezanino previamente preparado e organizado e na análise da configuração que os búzios adotam ao pousarem na superfície. O adivinho, aquele que consultará o futuro e o presente, dialoga com espectros ascendentes durante as várias repetições de arremessos dos búzios. Considera-se, nisso, que essas divindades afetam diretamente a maneira como os búzios se espalham pelo decorrer da mesa, fornecendo assim respostas concretas, usualmente precisas e quase de maneira imediata, instantânea, às questões e dúvidas levantadas;
Livro das Mutações ou I Ching
É um texto clássico chinês composto de várias camadas, sobrepostas ao longo do tempo. É um dos mais antigos e um dos únicos textos chineses que chegaram até os dias atuais. “Ching”, significando clássico, foi o nome dado por Confúcio a sua edição dos antigos livros. Antes, era chamado apenas de “I”: o ideograma I é traduzido de muitas formas, e no século XX ficou conhecido no ocidente como “mudança” ou “mutação”. O Livro das Mutações deve ser compreendido e estudado principalmente como um oráculo. Na própria China, é alvo do estudo diferenciado realizado por religiosos, eruditos e praticantes da filosofia de vida taoísta. As oito figuras que formam o Livro das Mutações estão na base da cultura que se desenvolveu na China durante milênios. Alguns veem o ideograma I como semelhante ao desenho de um camaleão, representando o movimento – como o lagarto – e a mutação – como o mimetismo camaleônico. Outros afirmam que o ideograma é formado pelo do Sol em cima e o da Lua embaixo, a mutação sendo simbolizada pelo movimento incessante destes astros no céu. A Adivinhação está interligada ao Livro das Mutações porque esse sistema remete-se à complexidade do universo e suas dependências, de modo que, a partir desse método, tentam desvendar as mutações futuras, para se precaverem;
Malva
Possui flores azuladas ou arroxeadas com cinco pétalas estreitas que surgem na primavera e no verão; possui ações diuréticas, laxantes, alucinógenas, narcóticas, analgésicas e expectorantes. Em virtude de seu aroma reconfortante, essa planta mágica é frequentemente utilizada em seções espíritas de adivinhas e clarividentes, em união à Artemísia e à Mandrágora, ícones herbólogo-divinatórios. Suas folhas, quando queimadas, são um estímulo à zona neural que permite o bruxo ter sensações surreais e sentimentos paranormais. Não é propriamente venenosa e, por isso, não carrega consigo classe de envenenamento, uma vez que o bruxo pode se desvencilhar do transe que a planta proporciona quando bem quiser. A Malva é geralmente queimada por centauros para a observação de resultados na fumaça que é liberada; eles acreditam que formam-se formas adversas e símbolos únicos. Em contrapartida, além de auxiliar o consulente psicologica e mentalmente falando, é extremamente útil para complicações gástricas e estomacais. Em quase todas as ocasiões em que se faz uso da Malva, a planta aparece na forma de um chá, produzido a partir de duas colheres de folhas secas de malva em repousadas por dez minutos em uma xícara de água fervente. No entanto, caso utilizada em excesso e em grandes dosagens, a Malva traz à tona seus efeitos colaterais – intoxicação superficial;
Mandrágora
Mencionada na Bíblia, a Mandrágora é uma planta que sempre teve conotações religiosas, sagradas ou mágicas. Para os cristãos, ela era um símbolo da fé, dado que a raiz representava Cristo e as suas flores o Espírito Santo. A Mandrágora também era uma planta utilizada pelas feiticeiras em suas poções e igualmente na medicina tradicional como purgante, narcótico e antiespasmódico. Simboliza, ainda, a fecundidade, a adivinhação do futuro e a riqueza. Muitos dizem que a planta mítica dos tempos medievais nunca existiu e foi criada pela superstição popular. Sendo se dizia, era muito difícil desenraizar uma Mandrágora sem a ajuda de fluidos corporais femininos. Por outro lado, quando se conseguia arrancar uma mandrágora à terra, esta soltava um grito que enlouquecia ou matava. Outros diziam que a única forma de retirar a planta mágica de forma segura era amarrar-lhe um cão preta ao caule e tampar os ouvidos para que fosse o animal a sofrer os malefícios do grito ensurdecedor. Na feitiçaria, a Mandrágora era chamada de “Falo dos Campos”, “Ovos dos Gênios”, “Maçã de Satanás” ou “Mão de Glória”, e seus consumos eram moderados, já que um excesso poderia resultar em um veneno fatal. Na Adivinhação, a Mandrágora tem vários significados: no Egito, a planta era considerada a vegetação do amor, já que se acreditava que suas bagas eram completamente afrodisíacas; na Grécia, por outro lado, consideravam-na como uma planta com poderes mágicos e curativos que pertencia a Circe – uma maga ancestral –, sendo, por isso, muito temida e respeitada. Na contemporaneidade, acredita-se que as Mandrágoras são capazes de desvendar o futuro, caso manipuladas por adivinhos clarividentes muito experientes, aparentemente capazes de encantá-las de tal forma que não gritem ao serem desenvasadas. Com um menear de suas cabeças, as Mandrágoras respondem a simples perguntas de “Sim” ou “Não”. Ainda, há comprovações de que a Mandrágora foi muito utilizada na Antiguidade e na Idade Média, em manipulações, quer na medicina, quer na feitiçaria e nas religiões campesinas, entre os escravos e na própria arte divinatória, por conter propriedades – extraídas de suas folhas e raiz dissolvidas ou maceradas em leite ou álcool – afrodisíacas, analgésicas, narcóticas e alucinógenas;
Orbe de Batz Chouen
Detentora de traços extremamente meticulosos, o Orbe de Batz Chouen, por ter supostamente sido formada por micas daquele céu efêmero, reluz o que está ao seu redor, a não ser que esteja sendo utilizada por um bruxo clarividente. Nessas condições, emite um fulgor esbranquiçado, que garante que as predições feitas por aquele objeto serão completa e pura verdade. O Orbe de Batz Chouen é uma bola de cristal que transcorreu mais de séculos sem sofrer deterioração alguma em seu formato visual. A lenda reza que, sendo os irmãos Hun Batz e Hun Chouen divindades maias, esse perspicaz povo, em uníssono a seu intelecto, preveniu-se das maldições das demais entidades com o auxílio desses deuses. Dessa forma, os irmãos capturaram estilhaços do céu em suas temporadas mais puras e, com eles, engendraram um orbe, capaz de ampliar abrasadoramente os poderes divinatórios, relacionados à cristalomancia, dos deuses. Assim que a cultura do povo maia foi ficando severamente mais ampla, Ah Puch, a divindade representativa da morte, resolveu por um baque final em toda essa história: ceifou a vida dos irmãos Hun Batz e Hun Chouen ao fazê-los serem capturados por uma de suas armadilhas. Entretanto, o que Ah Puch desconhecia era o primordial: o Orbe de Batz Chouen. Esse artefato passou pela mão de cada indivíduo do universo, provavelmente, e foi alvo das mais alucinadas historietas sobre sua suposta origem. Alguns, os malfeitores, foram audazes o suficiente para tentar destruir a Orbe de Batz Chouen, mas a relíquia era indestrutível, já que fora arquitetada por duas divindades com fragmentos do próprio céu. Em todo o seu misticismo, a bola de cristal chegou até a contemporaneidade bruxa; alguns dos bruxos já tentaram desfrutar de suas propriedades mágicas, mas os testes e estudos comprovam que somente clarividentes conseguem utilizá-la. Em contrapartida, seu paradeiro atual é desconhecido;
Pêndulo
O pêndulo é uma das formas mais simples, diretas e eficazes de se obter uma resposta imediata às suas questões. É um objeto etéreo que consiste em um cristal, metal ou madeira, usualmente lapidado na forma de um losango, suspenso por um fio, podendo até ser utilizado para fins terapêuticos. Na Adivinhação, para se obter respostas mais fidedignas e rápidas, é preferível pêndulos de metal, com um cristal em seu interior. Esse artefato é utilizado para entrar em contato com guias – mensageiros de luz –, de forma a obter respostas a questões randômicas e aleatórias. É a ponte entre a mente e o espírito. O uso do pêndulo é extremamente simples: basta formular a pergunta mentalmente, cuja resposta possa ser unicamente “Sim” ou “Não”. A resposta será dada através do movimento do pêndulo. Para que esta não seja sabotada, é incorreto tentar adivinhar a resposta para a pergunta feita; ao invés de permanecer ansioso e curioso, é necessário relaxar e aguardar que os mensageiros desempenhem seu trabalho. Vale ressaltar que é crucial que se crie um bom ambiente para o uso do pêndulo – calmo, preenchido por incensos a queimar e uma música ambiente a tocar;
Radioestesista
O termo radioestesia deriva do latim “radius”, radiações, e do grego “aesthesis”, sensibilidade, isto é, radioestesia literalmente significa sensibilidade a radiações. Os chamados radioestesistas alegam ser capazes de captar radiações de diversas origens, incluindo de objetos inanimados – águas subterrâneas, metais precisos, etc. – seres vivos – pessoas e seus órgãos internos e membros – e até mesmo espíritos. Mais que isso, alegam que radioestesistas também são capazes de analisar e sobretudo estudar essas radiações de origens adversas, de forma a atribuir-lhes uma qualidade positivas, benéficas, ou negativas, prejudiciais. Radioestesistas podem ser considerados comparsas da Aruspicação – exame das entranhas das vítimas desfalecidas –, e a Aleuromancia – por conta das irradiações estelares. A lista de utilidades dos radioestesistas é impressionante. Sua técnica pode ser empregada para: pesquisa, detecção e tratamento de doenças; prospecção de veios d’água subterrâneos e de jazidas de pedras preciosas e de metais; detecção de ondas nocivas, como linhas Hartmann e linhas Curry, supostos campos de energia existentes na superfície da Terra; correntes de água subterrâneas; condutos de água contaminada; jazidas de metais nocivos à saúde, como o mercúrio; antigos cemitérios, depósitos de lixo, locais de antigas prisões, hospitais, manicômios, etc.; falhas geológicas no terreno; identificação de locais onde houve grandes morticínios; locais de antigos abatedouros animais; objetos geradores de energias nocivas; confecção de uma planta benéfica à saúde, escolha dos materiais a serem utilizados na construção, detecção do melhor ponto do terreno para a edificação, melhor localização dos cômodos para prosperidade material e harmonia familiar, etc.; localização de objetos e de pessoas desaparecidas; identificação de assassinos; escolha da alimentação mais adequada segundo o temperamento do indivíduo; escolha do melhor local para a fixação de uma residência; identificação de defeitos em carros e aparelhos eletrodomésticos, etc.; pesquisa sobre a afinidade entre um grupo de pessoas; escolha de terreno e época mais adequada para o plantio de sementes; escolha de objetos para decoração de casas, lojas, escritórios, etc., de tal forma que as energias por eles irradiadas sejam apropriadas para o ambiente; e localização de minas terrestres, para indivíduos desbravados – felizmente, os radioestesistas alegam que essa localização pode ser estabelecida mesmo à distância;
Runa antiga
A sabedoria das runas foi deixada aos Vikings pelo deus nórdico Odin, para que os homens a ela recorressem, para se divinizar e para obter um sábio aconselhamento quando necessário. Odin se submeteu a um supremo ato de auto sacrifício para obter o conhecimento secreto das runas. Permaneceu suspenso, por nove dias e nove noites, na Yggdrasil, a Árvore do Mundo, até se dar conta das pedras rúnicas no chão. Após apanhá-las e, por iluminação, aprender os conhecimentos e poderes mágicos das runas, Odin distribuiu as vinte e quatro runas entre três deuses: Hagal, Freya e Tyr. Esses três deuses deram às runas suas energias. Freya, a energia de mãe, de esposa, de amante e de irmã; Hagal, o conselheiro sábio correto e energético; e Tyr, o jovem guerreiro, corajoso e lutador. Os antigos povos acreditavam que as runas possuíam poderes mágicos que poderiam defendê-los de diversos males, e os xamãs antigos entalhavam as runas nas embarcações, nas casas etc., em busca de proteção, cura, auxílio e demais aspectos. As runas são uma linguagem de magia que levam o ser à evolução interior, para o encontro de um bem maior e jamais poderão ser utilizadas como meio de comercialização ou charlatanismo, porque sua linguagem traduz mensagens de divinação e de Adivinhação. Ainda, o seu funcionamento é simples. O lançamento das runas por três fornece uma leitura satisfatória, a menos que as questões pelas quais se procura sejam complicadas demais. Tendo a questão bem clara na mente, devem-se lançar as runas e depois separar três delas, uma de cada vez. A primeira falará sobre o presente, a segunda, sobre uma ação para mudar ou melhorar, e a terceira, sobre o futuro. A runa de Odin – a vigésima quarta – corresponde a um outro método de participação; neste, após lançar todas as runas, basta selecionar uma única para uma visão e compreensão da situação toda;
Tabuleiro Ouija
O princípio em que se baseia o Tabuleiro Ouija ficou conhecido após 1848, ano em que duas irmãs norte-americanas, Kate e Margaret Fox, supostamente contataram um vendedor que havia morrido antes e espalharam uma febre espiritualista pela área. A Ouija, criada para ser usada como método da Necromancia – e por isso sofrendo um avassalador preconceito, é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel. Essa tábua é utilizada primordialmente para o diálogo com espíritos, que responderão a perguntas ao formular de palavras e, então, frases. Na América do Sul, há uma variante conhecida como o Jogo do Copo, em que uma dessa vidraria é colocado no centro do tabuleiro, e sobre ele os participantes colocam suas mãos. Desta forma, o objeto é guiado até as simbologias para formular respostas. Existem também apoios para a utilização de lápis durante as sessões;
Tarô
Originalmente, o Tarô era simplesmente um baralho de cartas de jogar de imagens muito bem desenhadas e delineadas inventado para a diversão trouxa. Originadas primordialmente no século décimo quinto, as tabelas do Tarô só foram interligadas à Adivinhação no ano de 1770. Antoine Court de Gebelin, bruxo francês, criou hipóteses incrédulas e incorretas sobre a origem e o significado delas. Em contrapartida, essas teses foram responsáveis por dar continuidade à história do Tarô: em 1775, um cartomante e bruxo da Romênia publicou o primeiro manual direcionado somente ao Tarô. Na contemporaneidade, o Tarô é um dos métodos de predizer o futuro mais popular em ambos os mundos – o trouxa e o bruxo;
Vira-Tempo
É um colar com uma pequenina ampulheta guarnecida em seu interior. Artefato mágico de exacerbado poder, é utilizado por aqueles que desejam voltar no tempo – sendo, nessas circunstâncias, extremamente perigoso. Em virtude de relatos passados que afirmam ter levado indivíduos à loucura, o Ministério da Magia impôs um controle rígido sobre os Vira-Tempos; não podem ser vendidos em loja bruxa alguma, tampouco fabricados, e só podem ser legalmente possuídos em casos de excepcional necessidade. A funcionalidade de um Vira-Tempo é demasiado complicada. A cada volta que se dá com a ampulheta no interior do colar, desanda-se uma hora no passado. O indivíduo não retorna no tempo para pré-moldar suas atitudes, e sim para interferir nestas – ao utilizar o Vira-Tempo, a pessoa passa a estar em dois lugares diferentes simultaneamente, fato que a permite fazer duas ou mais coisas ao mesmo tempo. Haja vista as seríssimas complicações que podem emergir, o uma das leis sancionadas pelo Ministério da Magia é de que o seu eu passado não pode ser visto por seu eu futuro;
Zairja
Também transliterado como Zairjah, Zairajah, Zairdja, Zairadja e Zayirga, era/é um dispositivo utilizado por astrólogos árabes medievais para efetivar a combinação de ideologias por intermédio de meios mecânicos. A Zairja baseava-se nas vinte e oito letras do alfabeto árabe para designar vinte e oito categorias filosóficas, respectivamente. Ao combinar valores numéricos associados às letras e categorias, novas associações de pensamento eram desenvolvidas. Acredita-se que o escritor e filósofo catalão Ramon Lull (1232–1315) conheceu a Zairja em uma de suas viagens ao universo árabe, onde estudou a cultura árabe. Posteriormente, o homem se inspirou nesse instrumento esférico e bem lapidado e ornamentado para desenvolver sua arte combinatória, denominada “Ars Magna”, que significa “Grande Arte”.
Uma vez que seria insensata uma longínqua citação de todos os espécimes do gênero mencionado, já que há inúmeros deles e muitos são inúteis ou inviáveis, um cardápio que contém os vinte e dois principais subterfúgios acabou por ser disponibilizado, de modo que consultas são aceitáveis e até requeridas. Aqui, encontrar-se-ão herbáceas mágicas e também trouxas – ambas acham suas devidas lacunas na Adivinhação; também se poderão encontrar instrumentos contemporâneos e recém-criados por mentes ideológicas – tudo com o objetivo de informatizar, conscientizar e pontificar. A seguir, o repertório dessas ferramentas indispensáveis a um adivinho egrégio:
Ábaco
Antigo instrumento de cálculo, formado por uma moldura com bastões ou arames paralelos, dispostos no sentido vertical, correspondentes cada um a uma posição digital e nos quais estão os elementos de contagem que podem fazer-se deslizar livremente. Teve provável origem na Mesopotâmia, há mais de 5.00 anos. O ábaco pode ser considerado como uma extensão do ato natural – e daí vem sua utilização na Adivinhação, mais especificamente na arte dos números, na Aritmancia. Após consagrar o ábaco a ser utilizado com alguns ditos extremamente simples, o artefato deve ser colocado retilineamente sobre uma superfície plana, de modo que não haja interferências algumas; posteriormente, os números tratarão de trazer à tona a verdade sobre determinados assuntos, bem como informações de cálculo. A formação de uma dupla de ábaco e exímio clarividente pode ser um estrondo na Aritmancia – as chances do visualizar o futuro exatamente como ele ocorrerá são praticamente unânimes. Ainda assim, sendo o ábaco um instrumento ancestral, é aceitável que se apresente dificuldade quanto ao seu manuseio;
Alecrim
O alecrim, também conhecido como alecrim de cheiro, alecrineiro, alecrinzeiro e rosmaninho é uma erva fundamentalmente medicinal muito ramificada – seus arbustos são capazes de acatar os dois metros de altura facilmente, e ele desabrocha em flores azuis em sua época de floração. O alecrim possui propriedades digestivas e anti-inflamatórias e pode ser utilizado como remédio caseiro para tratamento de reumatismo. O alecrim, por ser capaz de fortalecer potentemente a memória, é muito utilizado em dias de Adivinhação. Nestes, soçobra toda a estrutura do alecrim até torna-lo uma pasta; em seguida, ao prosseguir com o processo, a geleia se tornará um líquido esverdeado, semelhante a um suco de limão. Assim que é ingerido, o alecrim penetra diretamente em suas vias cerebrais, aguçando os sentidos daquele que o ingeriu, bem como sua tenacidade. Apesar de possuir um grande leque de propriedades randômicas – fortificante, estimulante, anti-inflamatória, antiviral, antibacteriana, antirreumática, diurética, aromática e antioxidante –, só se usa as folhas e as flores do alecrim;
A Profecia
É extremamente semelhante às bolas de cristais utilizadas para a prática da Cristalomancia, ou até mesmo bastante parecida com qualquer outra orbe espelhada. Ainda assim, o seu diferencial é o seu tamanho, a sua densidade e a sua massa. É mais pequena do que uma bola de cristal convencional, menos densa e muito menos pesada – como se ela carregasse o vácuo, apenas. Em seu interior, velejam nuvens e fumaças completamente brancas – como ocorre em uma bola de cristal usual, mas de modo mais potente e altivo. A Profecia guarnece profecias – previsões usualmente catastróficas ou percursoras de maus pensamentos –, que é estritamente captada por aqueles cujo nome ela menciona. Essa pequenina esfera branca só pode ser destruída com essa mesma condição. Caso essa restrição não seja acompanhada à risca, nenhuma tentativa de estraçalhar a Profecia obterá êxito;
Artemísia
Planta vivaz, de até um metro de altura, talos eretos, ramificados, violáceos. Folhas polimorfas, verde escuras na parte superior e esbranquiçadas na inferior, pubescentes. Flores amarelentas, formando racimo piramidal, com folhas entre mescladas. Nativa de clima temperado da Europa, Ásia, norte da África e no Alasca e é naturalizada na América do Norte; planta comum que cresce em solos nitrogenados, como áreas de convivência e não cultivadas, tais como locais de resíduos e estradas. Na Adivinhação, a Artemísia é uma erva druídica sagrada. Seus poderes são mais fortes quando apanhados na lua cheia; acredita-se que ela dê sorte caso apanhada no solstício de verão, além de que esfregar a erva fresca em bolas de cristal e em espelhos mágicos aumenta a força dos mesmos. Posteriormente, por seu aroma confortante, a Artemísia é utilizada em seções espíritas de adivinhos. Suas folhas, quando queimadas, são um estímulo a uma zona neural que permite ao bruxo ter sensações incomuns. Além disso, a Artemísia pode ser convertida na forma de um chá, que é capaz de aumentar a concentração de quem o ingere;
Astrocouópio
Aparelhagem semelhante ao telescópio, é um tubo cilíndrico que possui ornamentos pretos ou brancos em sua volta, sendo da cor inversa a cada alteração. Se utilizado por bruxos unicamente clarividentes, mesmo sob luz solar, o Astrocouópio utilizado é capaz de revelar as constelações e astros mais próximos, para que a arte da Astromancia seja disseminada. Além de observar os padrões variáveis do cosmo, o Astrocouópio é capaz de desvendar o porquê de determinadas catástrofes naturais, como terremotos e enchentes, ocorrerem. Usualmente, aqueles que utilizam esse instrumento acreditam que, no universo, tudo está profundamente coligado, de modo que os fatos do firmamento tinham de refletir sobre os da Terra e sobre a vida das famílias bruxas. Seus protagonizares vasculham o céu em busca de presságios e de padrões recorrentes para então fazerem as devidas interpretações e previsões;
Carta de baralho
Sabe-se que as civilizações mais antigas da humanidade já utilizavam as cartas e seus equivalentes da época tanto como diversão lúdica quanto para vislumbrar o passado, o presente e o futuro. Mas poucos sabiam que o baralho comum, utilizado em jogatinas de mesa, presta-se também à prática divinatória, mais conhecida como Cartomancia. De todas as ciências antigas, uma das que mais obteve popularidade e crédito através dos tempos foi, sem dúvida, a arte de ler a sorte pelas cartas. Porém, infelizmente, essa arte foi muito marginalizada por pessoas despreparadas ou que não possuíam domínio sobre tal conhecimento. Na França, na Inglaterra e na Alemanha, durante o feudalismo, a Cartomancia era o modo mais rápido e seguro de se conhecer o destino, e muitos dos senhores feudais usavam-na até mesmo para antever o resultado de uma batalha. As cartas de baralho representam um papel crucial na Cartomancia, sendo ícones da contemporaneidade adivinha;
Dado cleromântico
A Cleromancia é a arte de adivinhar o futuro arremessando dados randomicamente. Esse método é de origem egípcia e nasceu por volta do ano 3.500 a.C. De acordo com uma lenda grega, o rei Melenau, de Esparta, utilizou essa técnica para começar a guerra contra Troia. Existem três grandes círculos usados para a Adivinhação. Estes são chamados de círculos da vida: o primeiro é o do amor, o segundo, do trabalho, e o terceiro, do dinheiro. Após se concentrar unicamente em um deles, devem-se lançar os dados, formulando uma pergunta. Como uma bússola, esse oráculo fornecerá uma resposta, como um contra-ataque ao par de dados que submergiu;
Espelho mágico
A palavra “espelho” deriva do latim “speculum” e deu nome a “especulação”, que, originalmente, significava observar as estrelas através de um espelho. Em um retrocesso ao medievalismo, no panteão indo-budista, o deus Yama, senhor do rei dos mortos, julga as almas através de um espelho – o do Karma, no caso –, pois não há como esconder nada do reflexo desse objeto. Segundo as lendas contadas nos livros druidas, as espelharias mágicas são símbolos lunares e femininos, símbolo da realeza, e representa a união conjugal – e o espelho repartido, a separação. Na Adivinhação, usa-se um espelho octogonal, porque, para esse povo, o número oito é sagrado. O uso do espelho para Adivinhação remota à Pérsia. Pitágoras, segundo a lenda, possuía um espelho mágico dado pelos druidas, que ele apresentava à face de uma determinada Lua, antes de ver nele o futuro, como faziam os druidas e as feiticeiras de Tessália. Em contrapartida, o uso de espelhos mágicos, na Adivinhação, é algo particularmente proibido ou mal visto, por possuir uma certa ligação com a Necromancia – método divinatório que remete-se à magia negra e ao ocultismo. Ainda assim, caso utilizado por um profissional extremamente experiente, um espelho mágico é capaz de revelar acontecimentos com magnificentes proficiência e precisão;
Giália
A Giália, ou Giália aorato-caomântica – preferivelmente, utiliza-se mais a nomenclatura única, por pura praticidade – é um instrumento esférico, que possui uma borda no acossamento da área de vidro, usualmente colorida. Conectada à borda, existe uma corrente de bismuto – crê-se que esse metal auxilia introspecções e escaneamentos divinatórios –, que torna a envolver a área superior da orelha; desta forma, coloca-se o vidro monocolor diretamente sobre um dos olhos. Ao fazê-lo, o nome “Giália aorato-caomântica” faz sentido, porque se é capaz de vislumbrar imagens invisíveis – por vezes oriundas da imaginação do observador – e, também, aéreas, como se frases houvessem sido escritas ali. Caso utilizada com cautela – não necessariamente por um bruxo demasiado experiente –, o consluente é capaz de desvendar acontecimentos básicos sobre o futuro, mas, em contrapartida, complexos quanto ao passado. A Giália aorato-caomântica foi confeccionada por uma bruxa adivinha e clarividente, Aaliyah Hebrew, responsável também por demais descobertas; em virtude disso e de demais particularidades, a GIália aorato-caomântica só se mostra completamente efetiva se utilizada por um clarividente. Caso contrário, a margem de erro das predições é ampliada;
I Ching ou Livro das Mutações
É um texto clássico chinês composto de várias camadas, sobrepostas ao longo do tempo. É um dos mais antigos e um dos únicos textos chineses que chegaram até os dias atuais. “Ching”, significando clássico, foi o nome dado por Confúcio a sua edição dos antigos livros. Antes, era chamado apenas de “I”: o ideograma I é traduzido de muitas formas, e no século XX ficou conhecido no ocidente como “mudança” ou “mutação”. O I Ching deve ser compreendido e estudado principalmente como um oráculo. Na própria China, é alvo do estudo diferenciado realizado por religiosos, eruditos e praticantes da filosofia de vida taoísta. As oito figuras que formam o I Ching estão na base da cultura que se desenvolveu na China durante milênios. Alguns veem o ideograma I como semelhante ao desenho de um camaleão, representando o movimento – como o lagarto – e a mutação – como o mimetismo camaleônico. Outros afirmam que o ideograma é formado pelo do Sol em cima e o da Lua embaixo, a mutação sendo simbolizada pelo movimento incessante destes astros no céu. A Adivinhação está interligada ao I Ching porque esse sistema remete-se à complexidade do universo e suas dependências, de modo que, a partir desse método, tentam desvendar as mutações futuras, para se precaverem;
Ifá
Ifá é um sistema de adivinhação baseado em dezesseis configurações básicas e duzentas e cinquenta e seis ou secundárias (Odú), obtidas por intermédio da manipulação de dezesseis castanhas de palmeira (ikin) ou pelo meneio de uma corrente de oito meias conchas (opelé). As dezesseis castanhas de palmeira são pegas pela mão direita, deixando apenas uma ou duas na esquerda; caso duas castanhas sobrem, um sinal único é feito na bandeja de divinação; se uma ficar, um duplo sinal será realizado. Repetindo esse procedimento quatro vezes, resultará uma das dezesseis configurações básicas; repetindo-o oito vezes, dá um par ou combinação das configurações básicas, isto é, uma das duzentas e cinquenta e seis configurações secundárias. Alternativamente, uma dessas derivadas pode ser obtida com um só lançamento da corrente divinatória, com cara ou coroa ao invés de par ou ímpar. Essa corrente é sustentada por seu meio, de tal modo que quatro meias conchas pendam para cada lado, em um só alinhamento. Cada meia concha pode cair cara ou coroa, isto é, pode cair com sua superfície côncava para cima, o que equivale a uma marca única, ou com essa superfície para baixo, o que corresponderá a duas marcas na bandeja. Essa jogatina, entretanto, não é muito popular – corre fracamente pelos ouvidos alheios. Ainda assim, caso praticada por um bruxo exímio, pode proporcionar resultados certeiros e irrefutáveis, embora apresente seu grau de dificuldade próprio;
Jogo de Búzios
Dentre a grande horda de religiões afro-brasileiras, o Jogo de Búzios é um exemplo iminente das práticas divinatórias. Essa jogatina consiste no arremesso de um conjunto de dezesseis búzios sobre um mezanino previamente preparado e organizado e na análise da configuração que os búzios adotam ao pousarem na superfície. O adivinho, aquele que consultará o futuro e o presente, dialoga com espectros ascendentes durante as várias repetições de arremessos dos búzios. Considera-se, nisso, que essas divindades afetam diretamente a maneira como os búzios se espalham pelo decorrer da mesa, fornecendo assim respostas concretas, usualmente precisas e quase de maneira imediata, instantânea, às questões e dúvidas levantadas;
Livro das Mutações ou I Ching
É um texto clássico chinês composto de várias camadas, sobrepostas ao longo do tempo. É um dos mais antigos e um dos únicos textos chineses que chegaram até os dias atuais. “Ching”, significando clássico, foi o nome dado por Confúcio a sua edição dos antigos livros. Antes, era chamado apenas de “I”: o ideograma I é traduzido de muitas formas, e no século XX ficou conhecido no ocidente como “mudança” ou “mutação”. O Livro das Mutações deve ser compreendido e estudado principalmente como um oráculo. Na própria China, é alvo do estudo diferenciado realizado por religiosos, eruditos e praticantes da filosofia de vida taoísta. As oito figuras que formam o Livro das Mutações estão na base da cultura que se desenvolveu na China durante milênios. Alguns veem o ideograma I como semelhante ao desenho de um camaleão, representando o movimento – como o lagarto – e a mutação – como o mimetismo camaleônico. Outros afirmam que o ideograma é formado pelo do Sol em cima e o da Lua embaixo, a mutação sendo simbolizada pelo movimento incessante destes astros no céu. A Adivinhação está interligada ao Livro das Mutações porque esse sistema remete-se à complexidade do universo e suas dependências, de modo que, a partir desse método, tentam desvendar as mutações futuras, para se precaverem;
Malva
Possui flores azuladas ou arroxeadas com cinco pétalas estreitas que surgem na primavera e no verão; possui ações diuréticas, laxantes, alucinógenas, narcóticas, analgésicas e expectorantes. Em virtude de seu aroma reconfortante, essa planta mágica é frequentemente utilizada em seções espíritas de adivinhas e clarividentes, em união à Artemísia e à Mandrágora, ícones herbólogo-divinatórios. Suas folhas, quando queimadas, são um estímulo à zona neural que permite o bruxo ter sensações surreais e sentimentos paranormais. Não é propriamente venenosa e, por isso, não carrega consigo classe de envenenamento, uma vez que o bruxo pode se desvencilhar do transe que a planta proporciona quando bem quiser. A Malva é geralmente queimada por centauros para a observação de resultados na fumaça que é liberada; eles acreditam que formam-se formas adversas e símbolos únicos. Em contrapartida, além de auxiliar o consulente psicologica e mentalmente falando, é extremamente útil para complicações gástricas e estomacais. Em quase todas as ocasiões em que se faz uso da Malva, a planta aparece na forma de um chá, produzido a partir de duas colheres de folhas secas de malva em repousadas por dez minutos em uma xícara de água fervente. No entanto, caso utilizada em excesso e em grandes dosagens, a Malva traz à tona seus efeitos colaterais – intoxicação superficial;
Mandrágora
Mencionada na Bíblia, a Mandrágora é uma planta que sempre teve conotações religiosas, sagradas ou mágicas. Para os cristãos, ela era um símbolo da fé, dado que a raiz representava Cristo e as suas flores o Espírito Santo. A Mandrágora também era uma planta utilizada pelas feiticeiras em suas poções e igualmente na medicina tradicional como purgante, narcótico e antiespasmódico. Simboliza, ainda, a fecundidade, a adivinhação do futuro e a riqueza. Muitos dizem que a planta mítica dos tempos medievais nunca existiu e foi criada pela superstição popular. Sendo se dizia, era muito difícil desenraizar uma Mandrágora sem a ajuda de fluidos corporais femininos. Por outro lado, quando se conseguia arrancar uma mandrágora à terra, esta soltava um grito que enlouquecia ou matava. Outros diziam que a única forma de retirar a planta mágica de forma segura era amarrar-lhe um cão preta ao caule e tampar os ouvidos para que fosse o animal a sofrer os malefícios do grito ensurdecedor. Na feitiçaria, a Mandrágora era chamada de “Falo dos Campos”, “Ovos dos Gênios”, “Maçã de Satanás” ou “Mão de Glória”, e seus consumos eram moderados, já que um excesso poderia resultar em um veneno fatal. Na Adivinhação, a Mandrágora tem vários significados: no Egito, a planta era considerada a vegetação do amor, já que se acreditava que suas bagas eram completamente afrodisíacas; na Grécia, por outro lado, consideravam-na como uma planta com poderes mágicos e curativos que pertencia a Circe – uma maga ancestral –, sendo, por isso, muito temida e respeitada. Na contemporaneidade, acredita-se que as Mandrágoras são capazes de desvendar o futuro, caso manipuladas por adivinhos clarividentes muito experientes, aparentemente capazes de encantá-las de tal forma que não gritem ao serem desenvasadas. Com um menear de suas cabeças, as Mandrágoras respondem a simples perguntas de “Sim” ou “Não”. Ainda, há comprovações de que a Mandrágora foi muito utilizada na Antiguidade e na Idade Média, em manipulações, quer na medicina, quer na feitiçaria e nas religiões campesinas, entre os escravos e na própria arte divinatória, por conter propriedades – extraídas de suas folhas e raiz dissolvidas ou maceradas em leite ou álcool – afrodisíacas, analgésicas, narcóticas e alucinógenas;
Orbe de Batz Chouen
Detentora de traços extremamente meticulosos, o Orbe de Batz Chouen, por ter supostamente sido formada por micas daquele céu efêmero, reluz o que está ao seu redor, a não ser que esteja sendo utilizada por um bruxo clarividente. Nessas condições, emite um fulgor esbranquiçado, que garante que as predições feitas por aquele objeto serão completa e pura verdade. O Orbe de Batz Chouen é uma bola de cristal que transcorreu mais de séculos sem sofrer deterioração alguma em seu formato visual. A lenda reza que, sendo os irmãos Hun Batz e Hun Chouen divindades maias, esse perspicaz povo, em uníssono a seu intelecto, preveniu-se das maldições das demais entidades com o auxílio desses deuses. Dessa forma, os irmãos capturaram estilhaços do céu em suas temporadas mais puras e, com eles, engendraram um orbe, capaz de ampliar abrasadoramente os poderes divinatórios, relacionados à cristalomancia, dos deuses. Assim que a cultura do povo maia foi ficando severamente mais ampla, Ah Puch, a divindade representativa da morte, resolveu por um baque final em toda essa história: ceifou a vida dos irmãos Hun Batz e Hun Chouen ao fazê-los serem capturados por uma de suas armadilhas. Entretanto, o que Ah Puch desconhecia era o primordial: o Orbe de Batz Chouen. Esse artefato passou pela mão de cada indivíduo do universo, provavelmente, e foi alvo das mais alucinadas historietas sobre sua suposta origem. Alguns, os malfeitores, foram audazes o suficiente para tentar destruir a Orbe de Batz Chouen, mas a relíquia era indestrutível, já que fora arquitetada por duas divindades com fragmentos do próprio céu. Em todo o seu misticismo, a bola de cristal chegou até a contemporaneidade bruxa; alguns dos bruxos já tentaram desfrutar de suas propriedades mágicas, mas os testes e estudos comprovam que somente clarividentes conseguem utilizá-la. Em contrapartida, seu paradeiro atual é desconhecido;
Pêndulo
O pêndulo é uma das formas mais simples, diretas e eficazes de se obter uma resposta imediata às suas questões. É um objeto etéreo que consiste em um cristal, metal ou madeira, usualmente lapidado na forma de um losango, suspenso por um fio, podendo até ser utilizado para fins terapêuticos. Na Adivinhação, para se obter respostas mais fidedignas e rápidas, é preferível pêndulos de metal, com um cristal em seu interior. Esse artefato é utilizado para entrar em contato com guias – mensageiros de luz –, de forma a obter respostas a questões randômicas e aleatórias. É a ponte entre a mente e o espírito. O uso do pêndulo é extremamente simples: basta formular a pergunta mentalmente, cuja resposta possa ser unicamente “Sim” ou “Não”. A resposta será dada através do movimento do pêndulo. Para que esta não seja sabotada, é incorreto tentar adivinhar a resposta para a pergunta feita; ao invés de permanecer ansioso e curioso, é necessário relaxar e aguardar que os mensageiros desempenhem seu trabalho. Vale ressaltar que é crucial que se crie um bom ambiente para o uso do pêndulo – calmo, preenchido por incensos a queimar e uma música ambiente a tocar;
Radioestesista
O termo radioestesia deriva do latim “radius”, radiações, e do grego “aesthesis”, sensibilidade, isto é, radioestesia literalmente significa sensibilidade a radiações. Os chamados radioestesistas alegam ser capazes de captar radiações de diversas origens, incluindo de objetos inanimados – águas subterrâneas, metais precisos, etc. – seres vivos – pessoas e seus órgãos internos e membros – e até mesmo espíritos. Mais que isso, alegam que radioestesistas também são capazes de analisar e sobretudo estudar essas radiações de origens adversas, de forma a atribuir-lhes uma qualidade positivas, benéficas, ou negativas, prejudiciais. Radioestesistas podem ser considerados comparsas da Aruspicação – exame das entranhas das vítimas desfalecidas –, e a Aleuromancia – por conta das irradiações estelares. A lista de utilidades dos radioestesistas é impressionante. Sua técnica pode ser empregada para: pesquisa, detecção e tratamento de doenças; prospecção de veios d’água subterrâneos e de jazidas de pedras preciosas e de metais; detecção de ondas nocivas, como linhas Hartmann e linhas Curry, supostos campos de energia existentes na superfície da Terra; correntes de água subterrâneas; condutos de água contaminada; jazidas de metais nocivos à saúde, como o mercúrio; antigos cemitérios, depósitos de lixo, locais de antigas prisões, hospitais, manicômios, etc.; falhas geológicas no terreno; identificação de locais onde houve grandes morticínios; locais de antigos abatedouros animais; objetos geradores de energias nocivas; confecção de uma planta benéfica à saúde, escolha dos materiais a serem utilizados na construção, detecção do melhor ponto do terreno para a edificação, melhor localização dos cômodos para prosperidade material e harmonia familiar, etc.; localização de objetos e de pessoas desaparecidas; identificação de assassinos; escolha da alimentação mais adequada segundo o temperamento do indivíduo; escolha do melhor local para a fixação de uma residência; identificação de defeitos em carros e aparelhos eletrodomésticos, etc.; pesquisa sobre a afinidade entre um grupo de pessoas; escolha de terreno e época mais adequada para o plantio de sementes; escolha de objetos para decoração de casas, lojas, escritórios, etc., de tal forma que as energias por eles irradiadas sejam apropriadas para o ambiente; e localização de minas terrestres, para indivíduos desbravados – felizmente, os radioestesistas alegam que essa localização pode ser estabelecida mesmo à distância;
Runa antiga
A sabedoria das runas foi deixada aos Vikings pelo deus nórdico Odin, para que os homens a ela recorressem, para se divinizar e para obter um sábio aconselhamento quando necessário. Odin se submeteu a um supremo ato de auto sacrifício para obter o conhecimento secreto das runas. Permaneceu suspenso, por nove dias e nove noites, na Yggdrasil, a Árvore do Mundo, até se dar conta das pedras rúnicas no chão. Após apanhá-las e, por iluminação, aprender os conhecimentos e poderes mágicos das runas, Odin distribuiu as vinte e quatro runas entre três deuses: Hagal, Freya e Tyr. Esses três deuses deram às runas suas energias. Freya, a energia de mãe, de esposa, de amante e de irmã; Hagal, o conselheiro sábio correto e energético; e Tyr, o jovem guerreiro, corajoso e lutador. Os antigos povos acreditavam que as runas possuíam poderes mágicos que poderiam defendê-los de diversos males, e os xamãs antigos entalhavam as runas nas embarcações, nas casas etc., em busca de proteção, cura, auxílio e demais aspectos. As runas são uma linguagem de magia que levam o ser à evolução interior, para o encontro de um bem maior e jamais poderão ser utilizadas como meio de comercialização ou charlatanismo, porque sua linguagem traduz mensagens de divinação e de Adivinhação. Ainda, o seu funcionamento é simples. O lançamento das runas por três fornece uma leitura satisfatória, a menos que as questões pelas quais se procura sejam complicadas demais. Tendo a questão bem clara na mente, devem-se lançar as runas e depois separar três delas, uma de cada vez. A primeira falará sobre o presente, a segunda, sobre uma ação para mudar ou melhorar, e a terceira, sobre o futuro. A runa de Odin – a vigésima quarta – corresponde a um outro método de participação; neste, após lançar todas as runas, basta selecionar uma única para uma visão e compreensão da situação toda;
Tabuleiro Ouija
O princípio em que se baseia o Tabuleiro Ouija ficou conhecido após 1848, ano em que duas irmãs norte-americanas, Kate e Margaret Fox, supostamente contataram um vendedor que havia morrido antes e espalharam uma febre espiritualista pela área. A Ouija, criada para ser usada como método da Necromancia – e por isso sofrendo um avassalador preconceito, é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel. Essa tábua é utilizada primordialmente para o diálogo com espíritos, que responderão a perguntas ao formular de palavras e, então, frases. Na América do Sul, há uma variante conhecida como o Jogo do Copo, em que uma dessa vidraria é colocado no centro do tabuleiro, e sobre ele os participantes colocam suas mãos. Desta forma, o objeto é guiado até as simbologias para formular respostas. Existem também apoios para a utilização de lápis durante as sessões;
Tarô
Originalmente, o Tarô era simplesmente um baralho de cartas de jogar de imagens muito bem desenhadas e delineadas inventado para a diversão trouxa. Originadas primordialmente no século décimo quinto, as tabelas do Tarô só foram interligadas à Adivinhação no ano de 1770. Antoine Court de Gebelin, bruxo francês, criou hipóteses incrédulas e incorretas sobre a origem e o significado delas. Em contrapartida, essas teses foram responsáveis por dar continuidade à história do Tarô: em 1775, um cartomante e bruxo da Romênia publicou o primeiro manual direcionado somente ao Tarô. Na contemporaneidade, o Tarô é um dos métodos de predizer o futuro mais popular em ambos os mundos – o trouxa e o bruxo;
Vira-Tempo
É um colar com uma pequenina ampulheta guarnecida em seu interior. Artefato mágico de exacerbado poder, é utilizado por aqueles que desejam voltar no tempo – sendo, nessas circunstâncias, extremamente perigoso. Em virtude de relatos passados que afirmam ter levado indivíduos à loucura, o Ministério da Magia impôs um controle rígido sobre os Vira-Tempos; não podem ser vendidos em loja bruxa alguma, tampouco fabricados, e só podem ser legalmente possuídos em casos de excepcional necessidade. A funcionalidade de um Vira-Tempo é demasiado complicada. A cada volta que se dá com a ampulheta no interior do colar, desanda-se uma hora no passado. O indivíduo não retorna no tempo para pré-moldar suas atitudes, e sim para interferir nestas – ao utilizar o Vira-Tempo, a pessoa passa a estar em dois lugares diferentes simultaneamente, fato que a permite fazer duas ou mais coisas ao mesmo tempo. Haja vista as seríssimas complicações que podem emergir, o uma das leis sancionadas pelo Ministério da Magia é de que o seu eu passado não pode ser visto por seu eu futuro;
Zairja
Também transliterado como Zairjah, Zairajah, Zairdja, Zairadja e Zayirga, era/é um dispositivo utilizado por astrólogos árabes medievais para efetivar a combinação de ideologias por intermédio de meios mecânicos. A Zairja baseava-se nas vinte e oito letras do alfabeto árabe para designar vinte e oito categorias filosóficas, respectivamente. Ao combinar valores numéricos associados às letras e categorias, novas associações de pensamento eram desenvolvidas. Acredita-se que o escritor e filósofo catalão Ramon Lull (1232–1315) conheceu a Zairja em uma de suas viagens ao universo árabe, onde estudou a cultura árabe. Posteriormente, o homem se inspirou nesse instrumento esférico e bem lapidado e ornamentado para desenvolver sua arte combinatória, denominada “Ars Magna”, que significa “Grande Arte”.